window.dataLayer = window.dataLayer || []; function gtag(){dataLayer.push(arguments);} gtag('js', new Date()); gtag('config', 'G-Y9RM7GD3T4');
Por Jaconias Neto
O estado de Mato Grosso tem registrado crescimento significativo nos casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como sífilis, hepatite e HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), ao longo da última década.
De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde, os casos de HIV aumentaram de 1.088 em 2022 para 1.155 em 2024. Somente em 2025, até o mês de agosto, 353 pessoas já foram diagnosticadas com o vírus.
Os casos de Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), estágio mais avançado da infecção por HIV, também subiram: foram 410 registros em 2022, número que passou para 509 em 2024. Até junho de 2025, já foram notificados 152 novos casos.
A sífilis também apresentou alta expressiva. Em 2022, foram registrados 2.832 casos, número que subiu para 4.205 em 2024. Até agosto de 2025, já foram identificados 2.620 diagnósticos.
Os dados foram divulgados na sexta-feira (5), durante entrevista ao Jornal da Nova, pela médica infectologista Kadja Leite, do Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM).
Segundo a especialista, um dos principais fatores para o aumento dos casos é a redução na testagem da população. “Muitas dessas infecções são assintomáticas, o que faz com que as pessoas fiquem doentes por anos sem saber, transmitindo o vírus. Antes, havia muitas campanhas incentivando o teste rápido. Hoje, com a diminuição dessas ações, as pessoas têm buscado menos diagnóstico, o que contribui para a disseminação das doenças”, explicou.
A médica também destacou a importância da prevenção da reinfecção. “As ISTs são altamente transmissíveis. Muitas têm cura, como a sífilis, gonorreia e clamídia, mas o índice de reinfecção é alto. Alguns pacientes não concluem o tratamento corretamente e, ao acharem que estão curados, continuam transmitindo a doença”, alertou.
Kadja Leite reforçou ainda a importância do uso de preservativos, vacinação e métodos biomédicos, como a PrEP (profilaxia pré-exposição) e a PEP (profilaxia pós-exposição), que ajudam na prevenção ao HIV.
“A PrEP é indicada para pessoas com comportamento de risco ou com parceiros soropositivos. Já a PEP pode ser usada até 72 horas após uma exposição de risco. São estratégias eficazes que, junto com a testagem regular e o tratamento adequado, ajudam a reduzir a transmissão do HIV e outras ISTs”, destacou.
A vacina contra o HPV, disponível gratuitamente pelo SUS, é oferecida a crianças e adolescentes entre 9 e 19 anos, além de pessoas em uso de PrEP, que podem se vacinar até os 45 anos.
Os testes para diagnóstico de ISTs também são gratuitos e podem ser realizados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) em todo o estado.