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Por Jaconias Neto
Segundo o site VG NotíciasReintegração de uma servidora pública demitida ilegalmente enquanto enfrentava um quadro de depressão, ocorrida na última quinta-feira (7), é mais do que uma vitória individual na Justiça. O episódio escancara um padrão inquietante na administração pública municipal: o uso arbitrário de Processos Administrativos Disciplinares (PADs) como instrumento de perseguição, retaliação e demonstração de força, produzindo sofrimento humano, danos à saúde mental e prejuízos milionários aos cofres públicos.
O caso, divulgado pelo site VG Notícias envolveu uma servidora que, após um PAD instaurado pela prefeitura, foi exonerada.
A Justiça reconheceu a ilegalidade do ato e determinou sua volta ao cargo. Por trás desse episódio, há um histórico que preocupa: um crescimento exponencial no número de PADs e um uso distorcido desse instrumento, que deveria garantir o devido processo legal, mas passou a servir como ferramenta de punição e intimidação.
A explosão dos PADs: números que falam por si
O levantamento de dados evidencia a mudança de postura administrativa ao longo dos últimos anos:
O problema não é apenas a quantidade, mas a forma como os processos são conduzidos. Entre as distorções mais recorrentes estão:
Assédio moral, financeiro e crise de saúde mental
As consequências dessa política punitiva foram graves e amplas:
A impunidade como combustível
A questão central que se coloca é: quem será responsabilizado? As exonerações arbitrárias e o assédio sistêmico têm autores, mas raramente se apuram responsabilidades. O caminho natural seria a atuação firme do Ministério Público Estadual (MPE) e do Ministério Público de Contas (MPC) para investigar e punir os responsáveis por eventuais atos de improbidade administrativa.
Enquanto isso, dezenas de ações judiciais seguem tramitando, movidas por servidores que foram demitidos ou empurrados a pedir exoneração. Cada sentença favorável não só devolve dignidade ao servidor, mas também impõe mais custos à população.
Mesmo com a mudança de gestão, o assédio moral não cessou. Passado o período inicial de seis meses da nova administração, a Secretaria de Saúde iniciou a troca arbitrária de Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) de suas áreas de atuação. Embora haja déficit em diversas regiões da cidade, a solução adotada tem sido “cobrir um santo e descobrir outro”, em vez de buscar alternativas legais, como concurso público ou processo seletivo.
As ACS são amparadas por lei federal, e seus concursos foram realizados para atuação em áreas específicas. Tentar impor portarias acima da lei, deslocando profissionais sem respaldo legal, é mais um capítulo de uma gestão que insiste em atropelar direitos e regras, sob a justificativa de “necessidade administrativa”.
Para que Pontes e Lacerda não continue pagando — em dinheiro e em dignidade — pelos erros administrativos, é urgente adotar novas medidas:
Ainda segundo a apuração do dite, a reintegração da servidora demitida é um passo importante para reparar uma injustiça, mas não apaga o rastro de arbitrariedades que ainda persiste.
Enquanto o silêncio e a impunidade prevalecerem, a conta humana e financeira continuará crescendo, e quem pagará será sempre a população.