Por Jaconias Neto
A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira (25/11), a Operação Vertigem, que tem como alvo um grupo criminoso ligado ao tráfico de drogas sintéticas em Cuiabá. Entre os investigados está um servidor público do Poder Judiciário, apontado como uma das peças-chave do esquema.
Ao todo, foram cumpridas 17 ordens judiciais, incluindo mandados de prisão e de busca e apreensão.
A ação desta quarta-feira envolve nove mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo Núcleo de Justiça 4.0 do Juiz das Garantias — polo Cuiabá. As diligências ocorreram na capital mato-grossense e também no Rio de Janeiro (RJ).
As investigações, conduzidas pela Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc), começaram em 2023, após a Operação Doce Amargo. Na ocasião, durante buscas na residência de um dos alvos assessor do Judiciário foram apreendidos eletrônicos e documentos que indicavam atividade criminosa.
O avanço das apurações revelou uma rede de fornecedores ligada ao servidor. O principal fornecedor seria um traficante de Cuiabá que atualmente está no Paraguai, de onde enviava drogas sintéticas para Mato Grosso.
Os investigadores identificaram ainda que o servidor atuava como organizador de grupos de rateio para aquisição de drogas por pessoas de alto poder aquisitivo, obtendo lucro com essa intermediação.
O grupo comercializava substâncias como ecstasy, MDMA e LSD conhecidos como “bala”, “roda” e “doce” além de produtos como loló, lança-perfume e clorofórmio.
Com base nas evidências reunidas, a Polícia Civil representou pelas medidas cautelares, que foram deferidas pela Justiça e cumpridas nesta quarta-feira (26). O objetivo é desarticular a atuação do grupo e identificar outros possíveis envolvidos.
A Operação Vertigem integra as ações da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim). A rede reúne delegados e promotores de todos os estados e do Distrito Federal, sob coordenação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Diretoria de Inteligência e Operações Integradas (DIOPI/Senasp), com foco em estratégias de combate contínuo ao crime organizado.