PGR denuncia 39 mato-grossenses por atos antidemocráticos

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao menos 39moradores de Mato Grosso pelos atos antidemocráticos do 8 de janeiro. As denúncias foram oferecidas entre o final de janeiro e o começo de fevereiro, e tramitam sob segredo de Justiça.

O Midiajur obteve acesso à lista completa dos denunciados encaminhada pela PGR ao Supremo Tribunal Federal (STF). São mais de 650 pessoas acusadas de participação direta e indireta na invasão às sedes do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.

As denúncias foram assinadas pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos.

Dos moradores de Mato Grosso denunciados, 38 foram investigados no inquérito que apura autores intelectuais e pessoas que instigaram os antidemocráticos do 8 de janeiro. É o caso da ex-presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso (Sindspen-MT) Jacira Maria da Costa Silva, presa em flagrante e depois preventivamente por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

A PGR aponta para ocorrência dos crimes de associação criminosa e incitação ao crime equiparada pela animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais.

Grande parte dessas pessoas estava acampada em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, e pedia intervenção militar contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles são apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições de outubro de 2022.

Segundo apurado pela reportagem, entre os mato-grossenses que haviam sido presos em flagrante nos dias 8 e 9 de janeiro, apenas um foi denunciado como “executor do crime”, ou seja, pela depredação direta das sedes dos Três Poderes. Trata-se de um homem identificado como Jair Domingues de Morais.