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Santa Casa pode ser salva por Mauro Mendes, Moretto e prefeitos da região


Santa Casa pode ser salva por Mauro Mendes, Moretto e prefeitos da região

Moretto, Mauro Mendes e prefeitos promovem acordo com aumento de verba para que Solben continue administrando a Santa Casa

O deputado Valmir Moretto, mesmo de licença do mandato, vem liderando as ações visando buscar uma solução para o desequilíbrio financeiro vivido pela Santa Casa de Pontes e Lacerda.

De acordo com o relatório da Secretaria Estadual de Saúde, o hospital vem operando com déficit mensal de cerca de R$ 700 mil, mesmo assim vem garantindo os serviços ambulatoriais e hospitalares para os pacientes da região. Para se ter uma ideia, segundo informações do Hospital, o município de Pontes e Lacerda passa – de forma consciente – apenas a metade do valor que a Santa Casa precisa para fazer o Pronto Atendimento, e sem formalização de contrato.

Moretto pediu e obteve uma reunião urgente na última sexta-feira (10) com o governador e alguns prefeitos. Segundo o parlamentar, “Mauro Mendes está sempre pronto para servir a nossa região e garantiu o aporte financeiro suficiente para que a gente mantenha as portas da Santa Casa aberta. Com novo contrato, novos requisitos e ampliação dos serviços com o Hospital”.

O prefeito de Pontes e Lacerda anunciou que “o governo vai colocar a metade do dinheiro e os outros municípios a outra parte. A gente vai pagar os custos do hospital”. E garantiu que “os prefeitos estão imbuídos em resolver este problema, porque todo mundo vai ter agora uma coparticipação para fazer o hospital continuar atendendo a região”.

O presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde – CISVAG- e prefeito de Campos de Júlio, Irineu Parmeggiani disse que ‘tudo o que a gente demandava é que saísse um acordo e agradecemos ao Governador Mauro Mendes e ao Deputado Moretto”.

Números do acordo entre governador e Consórcio

Saindo do Palácio Paiaguás, os políticos se perfilaram para fazer um vídeo e divulgar os termos do acordo.

A Santa Casa passa a receber R$ 1,5 milhão mensal que, segundo o prefeito de Pontes e Lacerda é valor suficiente para o custeio das despesas do Hospital. O deputado Moretto lutava por R$ 1,7 milhão, mas teve que ceder.

O governo do Estado aumenta o repasse em mais R$ 300 mil, chegando a R$ 750 mil.

A outra metade será diluída entre os municípios do Consórcio, ficando a fatia de 50% desse valor (R$ 375 mil) para Pontes e Lacerda (já repassa R$ 312 mil).

O que pede a Solben

A Santa Casa atende a população de dez municípios da região sudoeste de MT pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os repasses são usados para manutenção, pagamento de fornecedores, compra de equipamentos e salário dos profissionais

A Sociedade Lacerdense de Beneficência já notificou a Prefeitura de Pontes e Lacerda, governo do Estado e os outros nove municípios da região de que não suporta o desequilíbrio financeiro na prestação dos serviços. O que recebe atualmente não chega a R$ 1 milhão e pede R$ 1,800 mil para continuar administrando o hospital.

Para o Pronto Atendimento (responsabilidade da Prefeitura de Pontes e Lacerda) a Solben recebe apenas R$ 312 mil, quando são necessários R$ 800 mil para executar os serviços.

A consequência direta desse déficit mensal é que a administradora do Hospital não consegue melhorar o atendimento, não compra equipamentos novos nem para reposição e tão pouco vem honrando compromissos com fornecedores e funcionários.

Um exemplo clássico de quanto é grave a situação: a Santa Casa não recolhe há anos o FGTS dos funcionários e nem outras obrigações trabalhistas.

“A ingerência política e a passividade dos trabalhadores – sem liderança – são as principais causas que levaram a Santa Casa a esse caos. Vou buscar outro hospital para trabalhar porque aqui não tem segurança e nem perspectiva de futuro com essa situação. A cidade é boa, mas alguns políticos são sem noção”, disse um médico que foi informado da crise no hospital.

Um ex-diretor do Hospital comentou o atual quadro dizendo que “tudo na Solben é ilegal, inclusive ela não tem poderes para representar o Hospital e nem contratos e aditivos são assinados com o Poder Público. Todo mundo sabe, mas fazem ouvidos de mercador por desinteresse ou conivência”, alfinetou.

Segundo conseguimos apurar, a Solben não tem conhecimento oficial dos termos e nem participou de qualquer acordo.

O prazo para a empresa deixar a administração do Hospital se encerrou na sexta-feira e que pode ser formalizada na próxima segunda-feira.