*Por Carlos Jonas Francisco
O prefeito de Pontes e Lacerda sempre diz que está preocupado com a estrutura da saúde do município, que envolve Postos de Saúde (ESF’s) e Hospital Vale do Guaporé. Você acredita na sinceridade dele?
Eu não. E justifico.
Não esteve preocupado quando deixou postos de saúde sem médicos, farmácia popular sem medicamentos e uma longa fila de meses de espera para exames, cirurgias e outros procedimentos médicos à população carente.
Ao invés de investir na estrutura do hospital e na aquisição de novos e modernos equipamentos para a realização de exame de imagens – ultrassonografia, ressonância magnética – preferiu aumentar o número de ambulâncias e desfilar com elas.
Não esteve preocupado quando, chegando o coronavírus, colocou o primeiro cidadão contaminado para ser isolado num hotel no centro da cidade, com hóspedes e num quarto “porta com porta” onde se hospedava o proprietário, sem avisar do risco que as pessoas estavam correndo.
Não esteve quando demorou meses para implantar o Covidão – Centro de Acompanhamento e enfrentamento ao Covid-19 – e, colocou para funcionar em horário comercial. Foi obrigado pelo Ministério Público a abrir “full time”, vinte quatro horas.
Não esteve preocupado quando deixou de comprar o kit de medicamentos para prevenção do coronavírus. O Hospital Vale do Guaporé teve que pedir ajuda a empresários e ao próprio Ministério Público, criar um Centro de Acolhimento e atender nove mil pessoas, distribuindo kits de medicamentos e consultas médicas gratuitas.
Não esteve preocupado em trazer a UTI para Pontes e Lacerda, sendo obrigado pelo deputado Moretto a mudar de ideia e admitir que era um grande benefício para a população regional.
Não esteve também quando decidiu comprar equipamentos de uso animal para a UTI Covid, porque era mais barato.
Não esteve preocupado quando o governo do estado teve que intervir e emprestar os equipamentos para UTI para que pudesse funcionar. Até hoje não comprou o que prometeu.
A única saúde que interessa ao prefeito é a saúde financeira da Prefeitura. Há quem diga que ele “dorme com os extratos das contas públicas sob o travesseiro”. Tanto que ele não divulga para a população aonde gastou ou onde estão os R$ 11 milhões que o governo Bolsonaro teria mandado referente ao coronavirus.
Pessoas realmente preocupadas com a saúde pública (eu me incluo) defendem o repasse imediato ao Hospital Vale do Guaporé dos valores de mais de R$ 600 mil gastos com os pacientes com Covid-19, que o prefeito se recusa a pagar, mesmo sabendo que é responsabilidade dele.
Barcelos não está entre as pessoas que concordam que a Santa Casa deve receber da Prefeitura pelos procedimentos efetivamente realizados e que custam mensalmente perto de R$ 580 mil. O prefeito insiste em pagar apenas R$ 260 mil por exatos 2.064 procedimentos mensais. Dizem que aumentou mais R$ 40 mil. Enquanto isso, o Hospital executa cerca de 6 mil procedimentos, sessenta por cento sem receber pelos serviços.
A diretoria do Hospital anunciou que suspenderia os procedimentos do Pronto Atendimento em 01 de setembro. Está segurando até 01 de outubro. Mesmo assim o Executivo se mostra insensível em repassar o que é justo, trazendo preocupação e apreensão à toda a população pois, independente da capacidade financeira de cada um, todos só tem o Hospital Vale do Guaporé para serem atendidos em caso de urgência e emergência.
Não paga para que haja melhora no pronto atendimento do Hospital e nem abre a UPA João Bessane, inaugurada há quatro anos e com mais de R$ 1 milhão rendendo juros no Banco, para compra equipamentos e mobiliários.
Reflita: se o leiloeiro te oferecer um plano de saúde para uso em Pontes e Lacerda, com ênfase na ambulâncioterapia, pelo histórico e pelas promessas, você compraria?
*Carlos Jonas Francisco é empresário, redator “free lancer” e colaborador deste Blog.