logo

Greve na Santa Casa escancara descaso da Prefeitura de Pontes e Lacerda com a saúde. Funcionários paralisam Pronto Atendimento a partir desta segunda


Discurso de prioridade com a saúde não se sustenta diante da realidade e da tentativa de manter a Santa Casa como um quintal da Prefeitura

Por Redação

Greve na Santa Casa escancara descaso da Prefeitura de Pontes e Lacerda com a saúde. Funcionários paralisam Pronto Atendimento a partir desta segunda

Ao que parece, os colaboradores do Hospital Vale do Guaporé perderam a paciência com a Prefeitura e não toleraram mais o autoritarismo maquiavélico que trata a coisa pública como se fosse privada.

E decidiram pela greve para reivindicar pagamento de salários e benefícios, além da aquisição de insumos básicos e medicamentos.

O comunicado da paralisação ocorreu no início desta sexta-feira (12/04). Sem dinheiro para cumprir compromissos com os funcionários e fornecedores, a diretoria do Hospital comunicou imediatamente as autoridades e, principalmente à Prefeitura, de quem tem que receber pelo menos dois meses de serviços prestados, em atraso.

A Secretária municipal de saúde demissionária, Luana Aparecida, chegou a dar entrevistas negando a inadimplência, mas foi logo desmentida.

Além do atraso nos pagamentos, há informações também de conhecimento do MP, de que a Prefeitura tem, de forma indevida e sem qualquer justificativa, retido valores que deveriam ser repassados ao Hospital. Um deles seria o valor de R$ 900 mil repassado pelo Estado, que estavam na conta do Município desde o início do mês e ainda não liberado, aumentando assim, de forma proposital, a crise financeira da Santa Casa. 

Crise provocada

A Prefeitura de Pontes e Lacerda pagava até dezembro do ano passado, R$ 534 mil mensais para o atendimento a 2.062 pacientes no Pronto Atendimento. A média de atendimento é de 4 mil, por mês.

Sem qualquer comunicação, justificativa ou motivo, o Executivo Municipal decidiu cortar parte do pagamento mensal no valor de R$ 159 mil, fruto do acordo com o Governador Mauro Mendes e deputado Valmir Moretto e do reconhecimento do próprio Prefeito de que pagava valor inferior ao necessário, decidindo unilateralmente repassar ao Hospital apenas R$ 375 mil por mês.

A diretoria da Solben não aceitou a redução do valor feita de forma impositiva e autoritária, sem qualquer negociação ou aviso prévio. E também porque não cobre os custos com o Pronto Atendimento.

Videos com linguagem abjeta

Há meses não há qualquer reunião ou debate entre as partes sobre as questões do Hospital. O prefeito Alcino Barcellos apenas manda recado através de seus vídeos desarrazoados com as costumeiras críticas gratuitas e abjetas a quem ousa contrariá-lo.

A paralisação vai atingir somente o Pronto Atendimento.

A greve dos funcionários, segundo a manifestação dos líderes, está na conta única e exclusiva do prefeito de Pontes e Lacerda, em final de mandato.