Por Redação
Fabiana Leal, quarenta e um anos, candidata a vereadora pelo partido Novo com o numero 30345, faleceu hoje às 6 horas, no Hospital Regional de Cáceres, por complicações após ter contraído dengue hemorrágica.
Segundo informações, ela começou a sentir os sintomas na semana passada, apresentando manchas pelo corpo. Presumindo ser problema cardíaco, após os exames clínicos o médico diagnosticou a dengue e determinou a imediata internação. Como o caso de agravou, foi encaminhada para a UTI de Cáceres na última quinta-feira, mas não resistiu, vindo a óbito hoje no início da manhã.
Bia Leal era uma mulher trabalhadora, jovem, muito querida pela família e com um grande círculo de amizade. Visionária, viu a política como meio de contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, principalmente na área da saúde e da educação. Se dedicou a entender o papel de um parlamentar, estudou muito e chegou a postar um banner com a pergunta: “Para que serve uma Vereadora?”
Saúde em Pontes e Lacerda nunca foi prioridade
Boletim da Secretaria Estadual de Saúde divulgado ontem, antes do falecimento de Bia Leal, revela que Pontes e Lacerda registra sete casos de óbito, por dengue hemorrágica. É o município com maior número de mortes com esse diagnóstico no Estado.
Ainda não se concretizou a promessa de melhor estrutura no atendimento à saúde e implantação de uma UTI em Pontes e Lacerda – onde seriam investidos R$ 3 milhões - já passam de três anos e a única perspectiva agora é a construção do Hospital Regional. O dinheiro deve estar rendendo juros na conta da Prefeitura em algum Banco.
Nas mídias sociais as críticas pela falta de prioridade no atendimento público à saúde são generalizadas.
“Saúde é um caos. Tem gente sofrendo por falta de um hospital de verdade, falta de UTI e ter que ficar aguardando regulação em hospitais de outros municipios enquanto a situação de saúde se agrava”. Esse é um depoimento de uma internauta feito através de áudio em grupo de whatsApp.
Outro comenta que “esse número de mortes por dengue é preocupante é maior do que as mortes em Cuiabá, e não se vê qualquer ação por parte do Município no combate a doença".
“Imagine um caso grave que necessite de atendimento urgente e de UTI, e o paciente tem que perder preciosos minutos aguardando a ambulância e depois mais duas horas, no mínimo, para percorrer 220 quilômetros até o hospital Regional mais próximo. Poucos resistem e outros esperam por milagre”.
Sepultamento
A família está aguardando a chegada do corpo. E por ironia do destino, ela e seus sonhos serão sepultados no mesmo dia em que vislumbrou ser eleita para defender uma melhor estrutura na saúde, onde ela acabou sendo mais uma vítima.
Hoje é a família da Bia Leal que chora.
Amanhã, será a vez de quem?