Por Daiana Cristina
Motoristas que passavam pela região do Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá, registraram mais um deslizamento de terra na tarde desta segunda-feira (11). Um relatório divulgado no dia 11 de novembro e feito por uma empresa de consultoria especializada apontou rachaduras e quedas de rochas recentes na MT-251.
Segundo o Batalhão de Trânsito Urbano e Rodoviário da Polícia Militar (BPMTRAN), não houve carros atingidos e nem pessoas feridas. Uma equipe do município de Chapada dos Guimarães fez a limpeza da pista e a rodovia liberada por volta das 16h30.
A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) relatou que, embora seja uma rodovia estadual, a MT-251 está inscrita dentro do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, e, portanto, precisa de autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para realizar as intervenções necessárias.
A Secretária Adjunta de Obras Rodoviárias da Sinfra, Nivea Calzolari, alertou os motoristas que trafegam pela região, pedindo para que observem bem a localidade, se atentando principalmente à velocidade e que redobrem o cuidado em dias de chuva.
A Sinfra ainda disse que encaminhou um relatório à administração do Parque apontando os locais com riscos de acidente geotécnico.
Pontos 7, 8 e 9, considerados os os mais críticos, segundo relatório — Foto: Azambuja Engenharia e Geotecnia
De acordo com um ofício feito pela Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT), foi constatado risco de deslizamento desde 2021.
O relatório feito neste ano identificou 10 locais com riscos de acidente geotécnico. Três pontos são considerados de criticidade elevada. O documento cita que as rochas apresentam folhelhos alternados com arenitos e que o sistema é muito drenante, fazendo com que a água se infiltre.
"Os problemas de estabilidade estão relacionados com a compartimentação dos blocos de arenitos. Durante chuvas torrenciais, a pressão de água favorece movimentos de tombamento desses blocos. Os blocos mais altos se tornam mais propensos a movimentos de rolamento. Esses arenitos caem em blocos individualizados e por fraturas", diz o estudo.
Dez pontos entre o km 42 e 48 da rodovia que possuem instabilidades, segundo o relatório — Foto: Azambuja Engenharia e Geotecnia
O estudo mostra que os pontos 7, 8 e 9 são os mais críticos.
O professor de geologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Caiubi Kuhn, disse que a possibilidade de deslizamento aumenta durante o período de chuvas e que é preciso tomar cuidado.
"Provavelmente depois de uma chuva atípica de 200 mm, 150 mm há risco de queda. É preciso o motorista se atentar principalmente na época de chuva intensa porque existe uma possibilidade muito maior desses blocos se soltarem. Locais que possuem a coloração mais proximas do vermelho são locais que os blocos já se desprenderam. Uma queda de bloco recente é o indício de que pode ter quedas maiores”, disse.
Com informação G1MT