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Por Jaconias Neto
Uma operação integrada entre diferentes forças de segurança na Terra Indígena Sararé, localizada em Pontes e Lacerda, no Oeste de Mato Grosso, e que também abrange os municípios de Conquista D’Oeste e Vila Bela da Santíssima Trindade, já destruiu 150 escavadeiras hidráulicas e causou um prejuízo estimado em mais de R$ 226 milhões às atividades de garimpo ilegal na região.
De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a ação, que teve início em 1º de agosto, tem como objetivo expulsar garimpeiros que atuam ilegalmente dentro do território. Desde o começo da operação, 488 motores de garimpo foram destruídos, além da demolição de 526 acampamentos utilizados pelos invasores.
Nos últimos dias, os agentes enfrentaram confrontos com garimpeiros armados. O primeiro registro ocorreu na quinta-feira (25), seguido de novos embates entre domingo (28) e segunda-feira (29), o que provocou a fuga de dezenas de garimpeiros.
O território do Sararé é considerado um dos mais devastados do país pela mineração ilegal de ouro, intensificada nos últimos dois anos com a atuação de integrantes do Comando Vermelho, segundo o Ibama. Parte desses criminosos estaria escondida no interior da terra indígena, fortemente armada.
Durante as ações, os agentes localizaram 14 bunkers com estoques de alimentos, armas e equipamentos usados nas atividades ilegais. Em um dos abrigos, foram encontradas seis armas de fogo, entre elas um fuzil calibre 5.56 mm e duas espingardas calibre 12.
A operação também atingiu a logística dos criminosos, com a destruição de mais de 83 mil litros de óleo diesel, 150 litros de gasolina, 67 geradores e 600 metros de mangueiras de sucção. A frota usada no garimpo foi severamente afetada, com a destruição de 9 caminhões, 1 caminhão-tanque, 9 tratores de esteira, 24 veículos e 101 motocicletas.
Além disso, foram apreendidos ouro, mercúrio, explosivos, cordéis detonantes e espoletas, além de armamentos e munições.
A ação é coordenada pelo Ibama, em conjunto com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Gefron, Polícia Civil e Polícias Militares de Mato Grosso e Goiás. A operação cumpre determinação da Justiça Federal e faz parte do processo de desintrusão, termo utilizado para definir a retirada de invasores de terras indígenas homologadas.
Com 67 mil hectares de extensão, a Terra Indígena Sararé já perdeu mais de três mil hectares para a mineração ilegal. As forças de segurança estimam que cerca de dois mil garimpeiros e membros de organizações criminosas ainda atuem na região.
Somando as operações realizadas desde 2023, mais de 460 escavadeiras já foram neutralizadas em ações de combate ao garimpo ilegal dentro da terra indígena.